segunda-feira, julho 26, 2004

3. O primeiro encontro


Conhecemo-nos num bar. Ele estava sozinho. Bebia uma bebida azul num copo alto (nunca soube os nomes dessas bebidas estranhas que fazem sede…) Eu também estava sozinha. “Mulher que se preze não vai a bares sozinha”, já dizia a minha mãe. Que se lixe. Bom, eu bebia água (sempre fui muito indecisa quanto a cores e sabores; a água pareceu-me uma boa opção). O ordinário aproximou-se da minha mesa, sentou-se sem pedir licença e bateu uma ali mesmo a olhar para mim. Não vi, mas deduzi pelas expressões de prazer que fazia. Suava, vomitava suspiros longos, balbuciava palavras imperceptíveis. Tive vontade de me ir embora dali. Nojento. Duas horas depois fazíamos amor. Quando acabámos, obriguei-o a repetir. Naquela noite devo ter tido uns 50 orgasmos. Fingi 20. Quando amanheceu, nem sabia onde estava. Acho que estávamos em casa dele, pelo à vontade com que se passeava nu. Voltei a sentir nojo. Na altura nem soube explicar porquê. Dei-lhe o meu número de telefone mesmo sabendo que não ia ligar, vesti-me e saí. A verdade é que ele ligou. Ia jurar que me ia dizer foste-uma-bela-foda. Ainda não lhe tinha ouvido a voz. Só aquela respiração ofegante que me excitava. "Volta". E desligou. Nessa noite voltámos a fazer amor. Nessa e durante muitas outras.

* * *

Tens que fazer alguma coisa da vida. Estou bem assim. Não, não estás.
Sempre odiei que me dissesse o que tinha que fazer. Por mim continuava sempre calado como na primeira vez. O que me prendia a ele era o sexo. Quando vinha com a treta do amo-te-também-me-amas, saía e só voltava ao anoitecer. E ele já estava nu, cosido à cama, à minha espera. Fazíamos amor e adormecíamos. O outro dia era exactamente igual. Mas houve um que não foi. Houve um dia em que o amo-te-também-me-amas fez sentido.


* * *

“Fazer alguma coisa da vida”. Fui procurar emprego só para não o ouvir repetir todos os dias a mesma ladainha.
Foi numa loja de lingerie num centro comercial de bairro. O ordenado era mau. O patrão pior. Claro que aceito. Quando começo? (Qualquer emprego era melhor que ser sustentada por um homem).
Chegava à loja, dobrava a roupa, levava com a pila tesa do chefe quando acidentalmente se roçava em mim. Outro nojento.
Mas mais nojentas eram as mulheres que lá entravam. Não compravam nada e uma vez ou outra roubavam peças. Elas que levassem. Nunca me importei muito. Abria um botão da blusa e o chefe calava-se.
Mas um dia entrou uma diferente… Peito firme, nádegas perfeitas. Linda. Bom dia, posso ajudá-la. Não, obrigada. Estou só a ver. (A conversa era sempre a mesma…) A ver estava também o chefe, que revirava os olhos de maneira estranha… nem quis ver onde tinha as mãos.
No dia seguinte ela voltou… e no outro, e no outro…
Num desses não-estou-só-a-ver tive a certeza que me sorriu de maneira diferente. Saiu. Ao fim do dia, quando dobrava peças de roupa interior, encontrei um número de telefone escrito nas costas de um bilhete de cinema. Era dela.
Hesitei em ligar. Avabei por inventar que a loja estava a fazer um inquérito às clientes e tive a minha oportunidade de ouro. Claro que ela não acreditou, mas embarcou na minha deixa e horas depois estava com ela.
Saiu do quarto com o pretexto de um copo de água porque-não-se-pode-com-o-calor e voltou quase nua. Os seios saltavam-lhe do soutien de uma maneira que me encantava… sei lá, como palavras de um dicionário… A pele rosada, macia como algodão doce. Os cabelos loiros como fios de sol…
Eu levava uma mala cheia de peças da loja para compor o cenário que tinha inventado à laia de desculpa. Vamos experimentar? E começámos a despir-nos.
Não sei bem o que se passou depois… lembro-me de ter os seios dela nas minhas mãos; talvez estivesse a sondar se caberiam no soutien que apertava ansiosa. Estava excitada e isso incomodava-me.
Deitou-se no tapete. Queres? E eu pensava no inevitável quero-o-quê. Comecei a perceber tudo e, num misto de terror e prazer, anuí.
Dei por mim sob aquele corpo divino que me amava e explorava como nenhum homem o fizera. A língua dela escorria-me pelo corpo, enquanto os dedos me penetravam. Magoava-me. Gritava. Ela continuava. Sob os nossos corpos, o tapete já estava ensopado de sangue. Perdi os sentidos.

1 Comments:

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